História da Leiloaria

Antiguidade

Os primeiros registros da leiloaria no mundo são de cerca de 2.000 anos antes de Cristo e vêm da região que, hoje, é conhecida como Oriente Médio: os caldeus e assírios, conhecidos por serem povos pescadores, realizavam leilões porque precisavam comercializar o pescado, buscando as melhores ofertas entre o povo.  Na Grécia Antiga, em cerca de 500 A.C., o filósofo e historiador Heródoto fez a primeira menção a um leilão no Ocidente. Em Roma, já na Era Comum, os leilões eram amplamente praticados e uma grande variedade de itens eram leiloados, inclusive pessoas (principalmente mulheres solteiras a fim de casamento e escravos).

Europa, anos 1500 – 1700

Na França, a profissão de leiloeiro foi regularizada em 1556, sendo determinado que o leiloeiro seria um funcionário público com a função de avaliar, negociar e vender bens em cumprimentos judiciais ou após a morte do antigo proprietário. Por toda a Europa do século XVII (anos 1600), cafés e tabernas realizam os chamados “leilões de vela”, caracterizados por uma vela acesa que, ao ser totalmente consumida, marcava o fim do leilão. Em 1674, a primeira casa de leilões do mundo, a Stockholms Auktionsverk foi aberta em Estocolmo, Suécia; 100 anos depois, em 1774 e em 1776, respectivamente, a Sotheby’s e a Christie’s foram inauguradas em Londres, Inglaterra, sendo as duas maiores casas de leilão do mundo desde então, principalmente no setor de Artes e Antiguidades.

Américas, anos 1700 – 1800

Nos Estados Unidos, eram bem comuns os leilões de peles, fazendas, gado, imóveis e materiais de construção, visto que a exploração das terras ainda selvagens estava a pleno vapor com as peregrinações, a conquista do Oeste e as guerras indígenas, de Independência e Civil. Nos anos 1800, em todas as Américas, principalmente Central e do Sul, a prática da leiloaria era quase totalmente voltada para a manutenção da escravidão. Nesse ponto, o Brasil se destaca por ser um dos últimos países do mundo a criminalizar e abolir os leilões de escravizados africanos, que chegavam a ser anunciados no jornal.

Anos 1920 – 1945

Em épocas de crises mundiais, a leiloaria passou por tempos de escassez. Isso porque, em 1929, a Queda da Bolsa de Nova York causou o período conhecido como Grande Depressão, um colapso na economia mundial que gerou grande desemprego, falência em massa de indústrias e perda de terras, patrimônios esses que iam parar nos leilões públicos por conta da execução de hipotecas e penhoras judiciais; foi assim também após a Segunda Guerra Mundial, porém, nesse momento, junto com a economia mundial, os leilões voltaram a crescer e se diversificar, atraindo outros públicos, como bancos, órgãos governamentais e o corpo judiciário.

Brasil, 1932

Durante a Era Vargas, nos anos 1930, a profissão do leiloeiro foi regulamentada em 19 de setembro de 1932, com uma legislação que vigora até os dias de hoje. Entre as décadas de 1950 e 70, os leilões se popularizaram como uma alternativa para adquirir bens usados e seminovos, dos mais diversos tipos e categorias, desde Artes, Antiguidades, Imóveis, Veículos e Maquinários.

Anos 2010

Com a massificação da internet e o boom das mídias digitais, a leiloaria viveu um período de revolução ao hibridizar os leilões na forma online e presencial, com transmissão simultânea e operação 100% virtual. Acompanhando a tendência, os leilões se digitalizaram para atender todos os tipos de público, em qualquer lugar do Brasil e até do mundo, que podem participar dos pregões sem sair de casa ou do trabalho, de forma remota, simples e acessível. No entanto, a modalidade virtual enfrenta uma ameaça constante, tanto para os leiloeiros quanto para os arrematantes: os golpes via redes sociais e sites de leilão falso, que causam prejuízos milionários ano após ano.